Agressões às mulheres – uma pequena reflexão

Lembram-se quando se dava pancada nos bifes, para amacia-los? Lembram-se de quando, no tanque, se davam lambadas nas roupas, para tirar a sujeira? Lembram-se quando se davam surras nas crianças, para corrigi- las? Isso acabou, praticamente. Com o confinamento de gado, com os avanços da química, com os ensinamentos da pedagogia, isso foi acabando.
Lembram-se de quando era normal os homens baterem nas mulheres? A ponto de um compositor como Noel Rosa cravar grande sucesso com o samba que dizia: ” O maior castigo que te dou/ é não te bater/ pois sei que gostas de apanhar”; a ponto de um filósofo como Nietzche dizer, em “Assim falou Zaratustra”, cinquenta anos antes de Noel: ” Vais ter com mulheres? Não esqueças o chicote! “; a ponto de um escritor importante como Nelson Rodrigues proclamar, quarenta anos depois de Noel:”Nem toda mulher gosta de apanhar, só as normais.” Pois é: esse tipo de comportamento não acabou. Apesar da lei, dos processos, da cadeia, das indenizações, do vexame público…
Rapazes e moças da minha geração foram formados com outra visão: a de quem ouviu Simone de Beauvoir ensinar que não basta nascer mulher, é preciso se fazer mulher, tornar-se mulher, na mente, no corpo, no caráter, no desejo, na liberdade, no trabalho, na postura perante o homem; libertar-se do modelo de mulher desenhado por ele.
Agressões às mulheres, físicas ou com palavras, vão-se tornando aberrações, graças à resistência.
Felizmente há os delicados, os que sempre viram na diferença dos sexos uma oportunidade de gentileza. No ” Talmude”, um dos livros básicos da religião judaica, se lê: ” Se tua mulher é baixinha, abaixa-te e cochicha-lhe ao ouvido” . Há os que sabem ver o agradável nos modos delas: ” O homem tem sua vontade, mas a mulher tem seu jeito “, diz Oliver Wendell Homes. Há os exageros, como Dante Milano, mas é poesia : ” Tirando a mulher, o resto é paisagem”.
GOSTOU DESTA REFLEXÃO?
Então assine nosso Blog e siga nossa Página no Facebook (clique aqui)