Disfunções Sexuais Femininas

Vários fatores podem ser os responsáveis pela sexualidade feminina ser vista como parte não integrante da saúde. A falta de conhecimento é um dos maiores agravantes, carência de educação sexual nas escolas, pouco ou nenhum diálogo por parte dos pais, informação em fontes não confiáveis, incluindo o despreparo de vários profissionais da saúde.
Médicos e outros profissionais da saúde estão se aprimorando para buscar melhorias na sexualidade humana, sendo eles ginecologistas, psiquiatras, cardiologistas, endocrinologistas, oncologistas e enfermeiros.
Assim, envolvem a sexualidade nos âmbitos biológico, psicológico, social e cultural. A saúde da mulher requer muitas vezes na colaboração de várias ciências, trabalho multidisciplinar, contribuindo de forma conjunta e interligada para o bem-estar feminino.
A disfunção sexual feminina pode ter diversas origens, até mesmo multifatorial, sendo necessária avaliação da saúde física, biológica e psicológica. Não podem ser esquecidos aspectos sociais e culturais ou até mesmo fatores relacionados ao parceiro e ao casal.
Causas biológicas e/ou físicas que podem diminuir o desejo sexual feminino:
- Causas Vasculares – arteriosclerose, alterações secundárias ao tabagismo e alcoolismo. Tais fenômenos produzem sintomas de ressecamento vaginal e dor no ato sexual.
- Causas Neurológicas – incluem as lesões medulares e doenças do Sistema Nervoso Central ( glândula hipófise).
- Causas Hormonais – aqui as queixas mais comuns estão associadas à diminuição de estrogênio ou testosterona, causando ressecamento vaginal, diminuição do desejo e disfunção da excitação. Falência ovariana precoce (tumores, retirada cirúrgica dos ovários) ou estados hipoestrogênicos (menopausa) são condições hormonais desencadeantes.
- Causas musculares – os músculos do assoalho pélvico participam da função e resposta sexual feminina. Esses músculos quando contraídos voluntariamente contribuem para a excitação e orgasmo. É importante a orientação da ginástica íntima ( leia mais em ” Pompoarismo” )Quando esse feixe muscular apresenta sinais de hipotonia ( fraqueza), observamos falta de orgasmo e até mesmo a incontinência urinária durante o coito.
- Psicossocial – fatores sociais e emocionais, principalmente relacionados ao parceiro (conflitos conjugais), atitudes competitivas e pouca informação sobre o corpo e sexualidade podem interferir negativamente. Problemas financeiros graves, desemprego, fadiga devido aos cuidados com os filhos, pais idosos, casal que trabalha em turnos diferentemente, pouca privacidade, mitos, tabus e algumas crenças religiosas afetam de maneira significativa a sexualidade. Conflitos de identidade sexual, história de abuso sexual e restrições sociais também podem interferir.
- Agentes farmacológicos – anti-hipertensivos, quimioterápicos, antidepressivos, ansiolíticos, anticonvulsivante.
- Condições uroginecológicas e cirurgia – incontinência urinária, cistites, infecções urinárias e vulvovaginites, causam desconforto levando à disfunção ou diminuição da atividade sexual. O câncer ginecológico e as cirurgias ginecológicas podem comprometer tanto na esfera física como psicológica, com reflexos importantes na esfera sexual.
Quando o profissional evita ou negligência uma queixa sexual, há risco de agravar ou desencadear um problema. A simples orientação para mudar fatores de risco como estilo de vida, diminuir estresse, evitar sedentarismo, redução de peso, evitar uso de álcool e drogas, tem reconhecido impacto positivo. A maioria das mulheres precisa vencer inúmeras barreiras até ter coragem para enfrentar o seu problema sexual e expô-lo. O ginecologista por sua vez, esta cada vez mais preparado para colher a queixa feminina.